segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Psicologia e Espiritualidade



1. Introdução:












A religião representa uma das expressões mais antigas e universais da mente humana, no entanto, a ciência Psicologia a percebe como âmbito filosófico, pois as crenças estão no campo espiritual e não no material.



As manifestações religiosas e simbólicas que cercavam Carl Gustav Jung, filho de um pastor protestante, sempre lhe chamaram a atenção. Foi através de uma observação cuidadosa e atenta da análise destas representações na mente humana que ele pôde reconhecer como conteúdos arquetípicos da alma as manifestações coletivas que embasam as mais diversas religiões.



Jung foi o primeiro a estabelecer que consciente e inconsciente existiriam em um profundo estado de interdependência recíproca, sendo impossível o bem-estar de um sem o bem-estar do outro.



Jung (1993), concebia o inconsciente como que constituído de duas camadas: uma pessoal e outra coletiva. O inconsciente pessoal se constituiria por conteúdos individuais mais ou menos únicos, que não se repetiriam, e seriam formados pelas camadas mais superficiais do inconsciente, que abarcaria as lembranças perdidas, reprimidas, as percepções e impressões subliminais e os conteúdos que ainda não amadureceram para a consciência.



Segundo Jung (1993), arquétipos seriam um padrão hereditário e característico da espécie, que organiza o desenvolvimento psicológico através dos símbolos, sendo atualizados de acordo com as condições internas e externas do indivíduo. Seriam inobserváveis. Derivariam das matrizes arquetípicas, podendo assumir diversas formas e gerar as imagens arquetípicas. Estas, por sua vez, seriam imagens e/ou vivências formadas a partir de fatores e motivos denominados arquétipos, tornando possível sua observação. Arquétipos, ou imagens primordiais, seriam auto-retratos dos instintos. Temas e figuras que pertenceriam a fatores estruturais do inconsciente humano. Seriam predisposições herdadas que responderiam a certos aspectos do mundo. Suas manifestações repousariam sobre condicionamentos instintivos e nada teriam a ver com a consciência.



Agnóstico pela metafísica e gnóstico pela experiência, Jung via a religiosidade como uma função natural e inerente à psique. Chegava a considerá-la, um instinto, um fenômeno genuíno. A religião era vista mais como uma atitude da mente do que qualquer credo, sendo este uma forma codificada da experiência religiosa original.







2. Justificativa:







Já se passaram dois mil e seis anos depois de Cristo, seu maior legado foi a tentativa de nos deixar mais próximos de nossa essência, fazendo com que compreendêssemos a existência de algo superior, para muitos, sua tentativa se concretizou, no entanto, para o campo da Ciência sua tentativa ainda foi em vão, pois não há provas concretas de que realmente haja algo superior a nós.



A Ciência Psicologia estuda e trabalha com os Homens que crêem e os que não crêem em seu legado, o que faz com que nós psicólogos não possamos deixar um dia sequer de lado, ou apenas desconsiderar, a espiritualidade dentro dessa ciência que visa o bem estar físico, mental e espiritual do ser humano.



Contudo, a Ciência Psicologia, tem apenas respeitado as crenças e valores de cada paciente, agindo ainda com resistências perante a união do estudo e da prática da espiritualidade em relação a atuação científica.



O ser humano é um ser holístico, ou seja, corpo, mente e espírito e isso não pode ser negado por profissionais que visam seu bem estar em todos esses âmbitos, e sim fazer com que haja a união dos mesmos para a busca incessante de suas essências mais profundas, trazendo consigo toda a cura de que Homem necessita.



O papel do psicólogo vai além da ajuda nas resoluções dos problemas de seus pacientes, seu principal papel é ajudar seu paciente a resgatar sua essência, pois a cura é conseqüência.







3. Objetivos







3 1 Objetivo Geral



Pesquisar a importância da união da Ciência Psicologia com a Ciência Religião.







3.2. Objetivo Específico



• Analisar a importância da união da religião com a Psicologia;



• Debater sobre como a Psicologia deveria estudar e trabalhar o paciente clínico enquanto sendo corpo, mente e espírito.















4. Metodologia:











• Procedimento - A pesquisa foi feita através de uma investigação na forma de revisão de literatura.



• Instrumento – Os instrumentos utilizados foram livros referentes à Psicologia e Religião.





5. Discussão Teórica:



Jung (1991), menciona a importância da religiosidade para o ser humano, ao afirmar que as organizações ou sistemas são símbolos que capacitam o homem a estabelecer uma posição espiritual que se contrapõe à natureza instintiva original, uma atitude cultural em face da mera instintividade. Esta tem sido a função de todas as religiões.

Jung (1957), afirma que a religião exerce uma fundamental função psíquica para o homem e que a religião pode ser descrita como uma experiência subjetiva que em sua manifestação original estaria restrita à experiência individual, sendo a unidade fundamental da experiência religiosa o indivíduo. No entanto, essa consideração não ignora outras pessoas ou mesmo o ambiente no qual o indivíduo participa da experiência religiosa.



Jung (1957), dá à religião um forte enfoque subjetivo podendo considerar subjetivo a qualidade daquele que irá se sujeitar, submetendo-se a determinada experiência e, a partir de então, ganhar maior autonomia. Aliada a essa consideração, a religião deve ser assumida como um acontecimento empírico, portanto real.



Jung (1971), procura estabelecer uma abordagem que proporcione a convergência da abordagem psicológica com a temática religiosa; chegando até enfatizar que os profissionais que trabalham e investigam este campo do conhecimento humano, a Psicologia, devem deter suas investigações minuciosamente sobre o tema religião.



Jung considerava todas as religiões válidas, visto que todas recolhem e conservam imagens simbólicas advindas do inconsciente, elaborando-as em seus dogmas e, assim, realizando conexões com as estruturas básicas da vida psíquica.

Entendia o termo como religio e religare, ou seja, tornar a ligar. E via a religião exatamente com a função de ligar o consciente a fatores inconscientes importantes.

Para Jung (1971), a religião é uma atitude da mente, uma observação cuidadosa em relação a certos poderes espirituais, demoníacos, deificados; seria capaz de atrair a atenção, subjugar, ser objeto de reverência ou de passiva obediência e incondicional amor.



Jung (1991), cita que a libido que constrói imagens religiosas, representa o laço que nos liga à nossa origem. Para designar a vivência do contato com tais fatores e a forte emoção descrita pelos que a vivenciam, Jung apropriou-se do termo criado por R. Otto: numinoso. Via, então, a religião como uma observação conscienciosa e acurada do "numinoso", ou seja, um efeito dinâmico ou existência que domina o ser humano; é independente de sua vontade.



Segundo Jung (1971), “Poderíamos dizer, então, que o termo ‘religião’ designa a atitude peculiar a uma consciência, que foi mudada pela experiência do numinoso”. Portanto, a uma atitude particular alterada pela experiência de uma espécie de fluxo emocional que migraria para o plano consciente sempre que submetido a um estímulo arquetípico, por exemplo, uma imagem ou uma situação relacionadas com dado arquétipo. Assim, pode-se compreender que o conceito de religião não é defendido por Jung no sentido dogmático ou teológico, mas como experiência religiosa do divino ou transpessoal.



Jung (1991), diz que o direcionamento e a proposta das religiões está na leitura do mundo, porém de forma a criar oposições claras entre o material e imaterial, baseado num determinado sistema de sacralizações.



Jung (1991), relata que quando a autoridade, do estado ou religiosa, determina de forma autoritária os destinos e a sacralidade individual, acaba por contribuir para o surgimento do fanatismo, violentando toda e qualquer possibilidade de questionamento sobre os fatores decorrentes do processo. A dimensão da estrutura das imagens produzidas pela psique, em constante transformação e reestruturação dos arquétipos, vem a mostrar a necessidade de transcender os nossos limites e, a partir da análise interna podemos visualizar que a chamada modernidade não significa, necessariamente, o domínio do homem sobre a natureza, os fatos são outros, ou seja; o retrato do orgulho na grandeza humana demonstra o quanto estamos limitados às nossas fraquezas e precisamos aprender com o nosso auto-conhecimento.



Jung (1971), cita que, a partir de suas próprias experiências e das experiências de seus pacientes, foi percebendo que, além das memórias pessoais, estão presentes no inconsciente de cada indivíduo um outro tipo de fantasia: as constituintes das possibilidades herdadas da imaginação humana. Tais estruturas, inatas e capazes de formar idéias mitológicas, foram denominadas arquétipos. O mundo dos arquétipos é o mundo invisível dos espíritos, deuses, demônios, vampiros, duendes, heróis, assassinos e todos os personagens das épocas passadas da humanidade sobre os quais foi depositada forte carga de afetividade. Essa descoberta significou o reconhecimento de duas camadas no inconsciente: a pessoal e inconsciente coletivo.



Para Jung (1924), Nós já nascemos com o inconsciente coletivo e criamos o inconsciente pessoal depois do nascimento. O inconsciente coletivo é a camada mais profunda do inconsciente e corresponde a uma imagem do mundo que levou eras e eras para se formar. Nessa imagem cristalizaram-se os arquétipos ou as leis e princípios dominantes e típicos dos eventos que ocorreram no ciclo de experiências da alma humana.



Jung (1971), cita que entre todos os seus doentes na segundo metade da vida, isto é, tendo mais de 35 anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse constituído pela questão de sua atitude religiosa. Todos, em última instância, estavam doentes por terem perdido aquilo que uma religião viva sempre deu em todos os tempos a seus adeptos, e nenhum curou-se realmente sem recobrar a atitude religiosa que lhe fosse própria. Isto, é claro, não depende absolutamente de adesão a um credo particular ou de tornar-se membro de uma igreja.”



Jung (1971), atribui à confissão religiosa um papel importante na sociedade humana: baseando-se originalmente na experiência do numinoso, ela viabilizaria o acesso ao sagrado, simultaneamente porém, exerceria uma função protetora entre o fiel e aquilo que ele experimenta como sagrado. O fiel pode não estar inteiramente preparado para o que o autor define como experiência imediata ou primordial. Jung se refere com este termo a uma vivência articulada com uma imagem arquetípica anterior a qualquer elaboração consciente ou interpretação. Podemos, desta forma, compreender a experiência primordial como experiência imediata, uma experiência ainda não traduzida pela consciência. Segundo Jung, os aspectos principais do arquétipo seriam sua numinosidade, inconsciência e autonomia. O contato com as imagens de origem arquetípica transportaria “o sujeito para o estado do arrebatamento, numa entrega em que a vontade está inteiramente ausente”. Desta forma uma confissão religiosa pode desempenhar uma função mediadora entre o sujeito e a e a sua vivência, substituindo esta por um grupo adequado de símbolos envoltos em dogmas e rituais fortemente organizados.



Existiria então a possibilidade do uso da Ciência Psicologia desligada da Ciência Religião?



Jung (1971), afirma que a confissão religiosa constitui de certo modo um “sistema de cura religioso”, relata que, como psicoterapeuta, ele se viu diante de indivíduos que passaram por experiências imediatas mas não queriam ou podiam se submeter à decisão da autoridade eclesiástica, experimentando violentas crises e conflitos. O autor afirma estar convencido da importância do dogma e do ritual pelo menos como “métodos de higiene espiritual”. Quando um paciente pertence a uma confissão específica que lhe confere sentido à vida, Jung considera imprescindível apoiar tal decisão, caso contrário o paciente estaria completamente desprotegido frente à experiência imediata. Enquanto um meio de defesa se mostra eficaz, Jung não pretende derrubá-lo e chega a declarar durante um seminário em 1939: “O meu ponto de vista é que enquanto um paciente realmente é membro de uma igreja, ele precisa levar isto a sério. Neste caso deve realmente e sinceramente pertencer a esta igreja, e não procurar um médico para que este resolva os seus conflitos, já que considera que deve fazer isto com Deus”.



Segundo a carta de Bill W. a Jung (1961), dizia que era um dos co-fundadores das sociedades dos Alcoólicos Anônimos, e que com certeza ignorava que uma conversa que manteve com um paciente nos anos 30, havia tornado uma das regras fundamentais de tal sociedade.



Quando teve este paciente esgotado todos os recursos para livrar-se do alcoolismo, tornou-se em 1931 seu paciente, estando sob seus cuidados por mais ou menos um ano; após este tempo deixou-o cheio de confiança e admiração pelo senhor. Contudo retornou ao velho hábito, convencido que o senhor era sua salvação, voltou ao tratamento. Quando ele lhe perguntou se não haveria esperança para ele, o Senhor lhe respondeu que poderia haver sim e que esta seria a de tornar-se o sujeito de uma genuína experiência espiritual ou religiosa, que tal experiência poderia motiva-lo mais que qualquer outra. No entanto eram raras, e recomendou-lhe que se colocasse em uma atmosfera religiosa e que esperasse.



Este seu paciente Mr. Rowland juntou-se a um movimento evangélico e encontrou a experiência de conversão.



Como o Senhor resgatou o Mr. Rowland, o Dr. Willian também me resgatou, quando eu tive essa experiência desesperado eu gritei:“Se existir um deus, que ele se mostre para mim”. Imediatamente, uma iluminação de enorme impacto e dimensão envolveu-me, uma coisa extraordinária que tentei descrever no meu livro Alcoholics Anonymous, bem como em “A.A. Come of Age”, textos básicos que lhe estou enviando agora. Meu desligamento da obsessão pelo álcool foi imediato. Senti que me havia tornado um homem livre. Durante a minha experiência religiosa tive a inspiração de uma sociedade de alcoólicos em que cada um se identificasse com o outro e lhe transmitisse a sua experiência, em uma espécie de cadeia.



Este conceito provou ter sido a base de posteriores conquistas dos alcoólicos anônimos. Isto fez com que as experiências da conversão, quase tão múltiplas quanto as citadas por W. James se tornassem disponíveis em larga escala. Nossos associados somavam no último quarto de século o número de 300.000.



Na América e através de todo o mundo eles chegam a formar 8.000 grupos de A. A.

Assim sendo, nós do A. A. fomos extremamente beneficiados pelo Senhor, pelo Dr. Shoemaker do Oxford Group, por William James e pelo nosso amigo, o médico Dr. Silkworth.



Como vê o Senhor claramente agora, esta espantosa cadeia de acontecimentos realmente começou há muitos anos, na sala do seu consultório e foi desencadeada pela sua humildade e profunda percepção. Muitos elementos do A. A. são estudiosos de sua obra. O Senhor endereçou-se especialmente em sua direção devido a sua convicção de que o homem é mais que o intelecto, as emoções e dois dólares de medicamentos.



Resposta da carta de Jung, para Bill W.(1961), a sua carta foi-me realmente bem vinda. Não tive mais notícias de Rowland e muitas vezes desejei conhecer seu destino.



O diálogo que mantivemos, ele e eu, e que ele muito fielmente lhe transmitiu teve um aspecto que ele mesmo desconheceu. A razão pela qual não pude dizer-lhe tudo foi que naquela época eu tinha que ser excessivamente cuidadoso com tudo o que dizia. Eu havia descoberto que estava sendo de todas as maneiras mal interpretado.

Portanto, tive que ser muito cuidadoso ao conversar com Rowland H. Mas o que eu realmente concluí sobre o seu caso foi o resultado das minhas inúmeras experiências com casos semelhantes ao dele, A sua fixação pelo álcool era o equivalente, em nível mais baixo, da sede espiritual do nosso ser pela totalidade, expressa em linguagem medieval, pela união com Deus.Como poderia alguém expor tal pensamento sem ser mal interpretado em nossos dias? O único caminho correto e legítimo para tal experiência é que ela aconteça para você na realidade e ela só pode acontecer se você procurar um caminho que o leve a uma compreensão mais alta. E você poderá ser conduzido a esta meta pela ação da graça, pela convivência pessoal honesta com os amigos ou através de uma educação mais alta da mente, para além dos limites do mero racionalismo. Vi pela sua carta que Rowland H. escolheu a segunda opção que, nas suas circunstâncias era, sem dúvida, a melhor.

Estou firmemente convencido de que o princípio do mal prevalecente no mundo conduz as necessidades espirituais, quando negadas à perdição, se ele não for contrabalançado por uma experiência religiosa ou pelas barreiras protetoras da comunidade humana. Um homem comum desligado dos planos superiores, isolado de sua comunidade, não pode resistir aos

poderes do mal, muito propriamente chamados de demônio. Mas o uso de tais palavras nos leva a tais enganos que temos que nos manter afastados delas, tanto quanto possível.

Eis as razões porque não pude dar a Rowland H. plena e suficiente explicação. Estou arriscando-me a dá-las a você por ter concluído pela sua carta decente e honesta, que você já adquiriu uma visão superior do problema do alcoolismo, bem acima dos lugares comuns que, via de regra, se ouvem sobre ele. Veja você, “álcohol” em latim significa “espírito”, e você, no entanto, usa a mesma palavra tanto para designar a mais alta experiência religiosa como para designar o mais depravador dos venenos. A receita então é “spiritus” contra “spiritum”.



Conforme Jung (1971) cita, “Psiquicamente, não nos encontramos suficientemente desenvolvidos para compreendermos a extraordinária verdade do ritual e do dogma. Por isso determinados dogmas não deveriam jamais ser criticados”. Jung utilizava os termos "Deus" ou "divindades" no contexto simbólico, como explica: "Ambos se encontram como tais muito além do alcance humano. Revelam-se a nós como imagens psíquicas, isto é, como símbolos." E as pessoas realizam os ritos porque "No rito estão próximas de Deus; são até mesmo divinas."



Jung (1971), “se comprovo que a alma possui naturalmente uma função religiosa, e se levo adiante a idéia de que a tarefa mais distinta de toda a educação (do adulto) é tornar consciente o arquétipo da imagem divina e seus respectivos efeitos e difusões, a teologia vem sobre mim e tenta me dirimir do“psicologismo”. Se na psique não existissem grandes valores referentes à experiência (sem prejuízo do já existente antinomon pneuma ), a psicologia não me interessaria nem um pouco, já que a psique seria, então, nada mais que um deserto miserável. Mas com base em centenas de experiências sei que ela não é assim. Ao contrário, ela contém o correlato de todas aquelas experiências que formularam o dogma, e ainda mais alguma coisa que a torna capaz de ser o olho definido para ver a luz. (...) Acusaram-me de “deificação da psique”. Foi Deus, e não eu, quem a deificou! Não fui eu quem criou para a alma uma função religiosa. (...), somente expus os fatos que comprovam que a alma é naturaliter religiosa , (...)”.



Segundo Paiva (2002), Ciência e Religião têm sido um binômio problemático em algumas áreas da cultura ocidental moderna. O acréscimo da Psicologia a esse binômio tem o sentido de destacar a extensão da ciência natural e biológica para a ciência humana e de apontar a dimensão psicológica que vincula o cientista à religião e o religioso à ciência.



Para Paiva (2002), de alguma forma, ciência e religião têm sido relacionadas como entidades em conflito. No entanto, as relações entre ambas não foram sempre conflituosas, nem na área acadêmica nem na área religiosa.



Em relação à Psicologia a questão religião/ciência assume diversas feições. A Psicologia tem uma dimensão que a aproxima das ciências naturais e biológicas e outra dimensão que a aproxima das ciências históricas e hermenêuticas. Exemplos nítidos seriam a neuropsicologia e a psicologia cognitiva da inteligência artificial, de um lado, e, de outro, a psicanálise e as diversas psicoterapias. Em relação à religião e à busca de sentido, a psicologia encontra-se mais vizinha na dimensão histórico-hermenêutica, onde, assim como a religião, "produz conhecimento, desperta motivação e muitas vezes leva à transformação pessoal, cita Paiva (2002).



Paiva (2002), coloca que hoje alguns pesquisadores americanos e europeus, significativamente ligados à Psicologia da Religião, discutem não é, exatamente, a perda e o esforço de recuperação da alma na sua denotação religiosa, especificamente cristã, mas a perda e o esforço de recuperação do âmago profundo da pessoa. Obviamente, a familiaridade com as referências religiosas poderá ter facilitado a esses pesquisadores a percepção do problema psicológico. É também verdade que na atividade de psicoterapeutas e conselheiros mais de uma vez o plano religioso e o plano psicológico se terão confundido.



E que essa confusão tem suscitado veementes oposições de natureza teórica e de natureza operacional, uma vez que, para muitos estudiosos, a relação religiosa, conquanto sustentada no psíquico, se distingue essencialmente, na intenção, dos processos psicológicos e, no caso da psicoterapia e do aconselhamento, das psicopatologias que provocam justamente a solicitação desses recursos profissionais.



Segundo Dantas (1999), a questão da religiosidade vem ganhando reconhecimento como tema de pesquisas em psiquiatria. Não obstante, revisões sistemáticas de estudos publicados em importantes jornais psiquiátricos indicam que a variável religiosa é raramente investigada e, quando isso é feito, revela-se geralmente uma abordagem metodológica e conceitual inadequada. Além disso, vários autores têm chamado a atenção para uma excessiva e, eventualmente, preconceituosa associação feita entre religiosidade e psicopatologia na literatura psiquiátrica.



Para Dantas (1999), a perspectiva de muitos autores da chamada "Psiquiatria Cultural" (Kleiman, Leff, Good, etc) indica que a religião cumpre duas tarefas culturais e psicológicas fundamentais: possibilita a construção de um mundo possível, de uma ordem plausível e aceitável, dando um sentido ao caos fenomênico da experiência; e, em segundo lugar, permite ao homem sofrer, isto é, que o sofrimento tenha uma determinada forma, um determinado sentido.



Assim, numa perspectiva das ciências sociais e psicológicas contemporâneas, a religião não é mais vista como simples sistema defensivo ou de alienação. Seu papel como instituição social, organizador da experiência subjetiva, tem sido enfatizado tanto por cientistas sociais como por pesquisadores das áreas de saúde mental. A maioria dos trabalhos aponta para uma associação benéfica entre religiosidade e saúde mental, diz Dantas (1999).



Ele ainda salienta que a conversão a um grupo religioso e a realização de rituais religiosos foram relacionados com menores índices de estresse e com melhora no bem-estar psicológico, medidos através de escalas padronizadas, em estudos tanto retrospectivos quanto prospectivos.







6. Referências Bibliográficas:







DANTAS. C. R. Sintomas de conteúdo religioso em pacientes psiquiátricos. Disponível em:



. Acesso em: 30/09/2006.



JUNG, C. G. Psicologia e religião. Petrópolis: Vozes, 1971.







JUNG, C.G. Presente e Futuro. Petrópolis: Vozes, 1957.







JUNG, C.G. Presente e Futuro. Petrópolis: Vozes, 1991.







JUNG, C.G. Psicologia e Religião Oriental. Petrópolis: Vozes. 1991.







JUNG, C.G. Psicologia do Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1993.



PAIVA, G. J. de. Ciência, religião, psicologia: conhecimento e comportamento. Disponível em:



. Acesso em 30/09/2006.



Acesso em: 30/09/2006



PAIVA, G. J. de. Perder e recuperar a alma: tendências recentes na psicologia social da religião norte-americana e européia. Disponível em:



. Acesso em 30/09/2006.



Acesso em: 30/09/2006



RAMOS, D. G. Spiritum contra Spiritum A Correspondência entre Bill Wilson e C. G. Jung. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. V. 12,p.10-13, s.d.







Autoria: Flávia Maina Fernandes Camargo

3 comentários:

  1. (GN.49.1) – AJUNTAI-VOS E EU VOS FAREI SABER O QUE VOS HÁ DE ACONTECER NOS TEMPOS VINDOUROS:(TB.12.6) – BENDIZEI AO DEUS DO CÉU, E DAÍ-LHE GLÓRIA DIANTE DE TODOS OS VIVENTES, POR TER USADO CONVOSCO DA SUA MISERICÓRDIA: O seu poder há de espiritualizar as almas de todos os Homens de bom senso, e de todas as Mulheres de boa fé; que alcançaram a verdade cientifica revelada na “EXORTAÇÃO DO SABER”; e que também já passaram a interagir com o Cristo Vivo, ao publicarem o chamamento que o nosso Pai Comum tem feito aos Filhos e Filhas do amor eterno, e que já começaram a renascer espiritualmente para a vida eterna.

    Aqueles que buscaram as boas novas na “Bibliogenese de Israel”, já vislumbraram a herança espiritual que a Providência Divina nos legou, e também já saberão se auto-reciclar na Lei do Senhor que nos impõe a recomposição da literatura bíblica, para formar os Cristãos Conscientes que hão de consumar a Profecia Sagrada, conforme já tem sido demonstrado, assim:

    (EX.) – O SEGUNDO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO ÊXODO: OS DESCENDENTES DE JACÓ NO EGITO. Estas 60 letras e 5 sinais recompostos, revelam que: É O CONJUNTO DE EX-SEGRÊDOS: O LEGADO DE VIDA CÓSMICA E O DESTINO DOS HOMENS.

    Outro exemplo:

    (JR) – JEREMIAS: A VOCAÇÃO DE JEREMIAS. São 26 letras e 3 sinais que dizem: CRIEI A AÇÃO DO SER: VEJAM E SEJAM.

    (JB.29.22) - RECEBEI O ESPÍRITO SANTO! (1CO.11.1) – SEDE MEUS IMITADORES COMO TAMBÉM EU SOU DE CRISTO.

    (Na verdade, Deus nos concedeu o livre arbítrio, a fim de que pudessemos agir tanto divinamente, como diabolicamente; segundo a nossa formação, na proporção da nossa graça em Cristo Jesus).

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  2. O ESPÍRITO DOS SANTOS PROFETAS DESPERTA OS DISCIPULOS DO CRISTO VIVO, REVELANDO O QUE ESTÁ ESCONDIDO NAS PARÁBOLAS BÍBLICAS: (RM.9.1) – Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência:
    (MT.15.18) – E chamando Jesus os seus discípulos, disse: (MC.14.41) Ainda dormis e repousais? Basta! (LC.8.10) - A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; aos demais, fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam, e, ouvindo, não entendam: (2CO.10.7) – Observai o que está evidente, na recomposição das 116 letras e dos 4 sinais, que compõem esta parábola:
    (AP.2.7) – QUEM TEM OUVIDOS OUÇA O QUE O ESPÍRITO DIZ ÀS IGREJAS:AO VENCEDOR DAR-LHE-EI QUE SE ALIMENTE DA ÀRVORE DA VIDA, QUE SE ENCONTRA NO PARAÍSO DE DEUS:
    (LC,20.17) – Que quer dizer, pois, o que está escrito? Quer dizer que hoje podemos ler, entender e saber ensinar que:
    AGORA O CRISTO VIVO ESCREVE ENSINANDO O HOMEM A SER DE DEUS: QUER QUE O ESPÍRITO QUE É DONO DA VERDADE, ESPIRITUALIZE A ALMA QUE É DONA DA JUSTIÇA:
    (JB.14.1) – Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim; (EC.12.14) – porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até mesmo as que estão escondidas, quer sejam boas quer sejam más. (JÓ.33.3) – As minhas razões provam a sinceridade do meu coração, e os meus lábios proferem o puro saber: (JB.21.14) – Este é o discípulo que dá testemunho destas cousas e que as escreveu, e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro; (IS.28.26) pois o seu Deus assim o instrui devidamente e o ensina.

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  3. O TEMPO DOS ENGANADORES E DAS ADVINHAÇÕES BÍBLICAS JÁ PASSOU:
    (IS.1.2) – Ouvi, ó céus, e daí ouvidos, ó terra; porque é o Senhor quem fala: (HB.12.25) – Tende cuidado, não recuseis ao que fala; (RM.2.24) – pois, como está escrito, (2SML.23.2) – o Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua; (2SML.22.23) – porque todos os seus juízos me estão presentes, e dos seus estatutos não me desviei: (MC.11.22) – Tende fé em Deus, (LE.6.12) – pois quem sabe o que é bom para o homem, durante os poucos dias da sua vida de vaidade, os quais gasta como sombra? (MT.7.23) – Então lhes direi explicitamente: EZ.12.28) – Não será retardada nenhuma das minhas palavras, e a palavra que falar se cumprirá: (1CO.10.12) – Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia; (EZ.12.24) – porque Já não haverá visão falsa nenhuma, nem adivinhação lisonjeira no meio da casa de Israel: (MT.21.42) – Portanto vos digo: Agora já sabei ensinar que, ao recompormos a literatura bíblica, podemos dissipar as trevas da criação divina, e expor aos olhos dos justos os feitores das obras do diabo, assim:
    O SABER LER A SI:
    (ES.12.1)
    (AP.13.18) – AQUI ESTÁ A SABEDORIA: AQUELE QUE TEM ENTENDIMENTO CALCULE O NUMERO DA BESTA, POIS É NÚMERO DE HOMEM: ORA ESSE NÚMERO É SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS: (AR.119.9)

    (ISRAEL é o nome do Homem que sabe LER A SI no Espírito Bíblico: Aqui o saber acaba com as cogitações infundadas que existiam acerca do número 666 do Apocalipse, pois o que está escondido nas 131 letras e 10 sinais que compõem o texto acima, é isto):

    ARNALDO RIBEIRO É ISRAEL: É O HOMEM QUE NASCEU NO CÉU, QUE AMA E SABE TESTAR AS ALMAS NO SEU NOME: E ELE ENTENDE QUE CRISTO TESTA DEUSES E DIABOS NESSE MESMO ESPÍRITO. (IL.131.7)

    (Matéria transcrita da página 138 de “A Bibliogênese de Israel”)

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